Boa tarde, caros leitores!
O texto de hoje é uma reflexão, peço que tenham a mente o mais aberta possível (do contrário não farão bom proveito). E assim fica o desafio de abrir a mente a uma nova ideia - afinal, o próprio Eistein disse que uma mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.
Boa leitura!
Fonte: achei no Google
Perdão
por André Basualto
Era inevitável sentir ódio naquele momento.
Toda amargura e dor tinham chegado a um ápice e a um cúmulo que explodiram
finalmente.
Pedro só sabia de uma coisa, ele estava
determinado a não perdoar a cada ofensa que tinha sofrido de
Ester.
Foi para casa revoltado, jogou a sua maleta no
chão e bradou em alta voz, xingando o máximo que podia. Ele estava com uma
raiva da qual achava que não esqueceria jamais. Que a levaria por todo o resto
de sua vida e que jamais confiaria numa pessoa da mesma maneira que confiava em
Ester. Ele estava determinado a isso.
E apesar de tanto ódio e raiva, seguiu com sua
vida.
Certo dia, decidiu ir à igreja, que não ia desde
sua infância, e então rezou o Pai Nosso como sempre o fizera na infância, numa tentativa de achar paz. Mas, diferente das outras vezes, falou as palavras com sinceridade e não apenas
repetia elas automaticamente, e procurou entender cada verso. Então se
deparou com uma parte da oração que o deixou em conflito e ansioso.
“Perdoai as nossas ofensas, assim como nós
perdoamos aos nossos ofensores”.
Ele não terminou sua reza e ficou parado ali de
joelhos na igreja, pensando naquelas palavras.
Levantou-se e sentou no banco da igreja, que
estava vazia, e falou baixinho:
- Estou pedindo que Deus perdoe as minhas
ofensas e pecados da mesma maneira que eu perdoo as ofensas que me fazem? – E rapidamente
se lembrou de quando dissera que jamais perdoaria Ester. – Então é o mesmo que
estar pedindo a Deus que não me perdoe...
Ele ficou meditando e viu que todo dia era uma
agonia, que apesar do tempo que passara, suas memórias o perturbavam e ele sentia
sempre aquela raiva e ódio de tudo o que levou àquele momento. E logo lembrou
que as palavras daquela mulher o ofenderam muito, e sentiu muita raiva novamente.
- Eu a perdoei inúmeras vezes, mas como posso
perdoar essa vez? – Seus pensamentos o deixavam ali inerte. Havia uma confusão.
– Por que o filho de Deus ensinara uma oração na qual podia haver uma
condenação própria ao pedir perdão conforme nós perdoamos? Estaria ele dizendo
que deveríamos perdoar sempre?
E em meio a essa agonia de querer pedir o
perdão de Deus pelos suas ofensas a Ele, ele se dividia em pedir perdão e
perdoar toda mágoa passada.
Foi aí que ele concluiu que voltar à igreja tinha
sido uma perda de tempo, que ele estava melhor apenas vivendo com suas festas,
bebidas e prazeres. Disse para si mesmo que isso preencheria qualquer vazio,
mas a verdade é que enquanto estava bêbado, não tinha consciência de nada de
sua vida, e esta se tornava mais e mais amarga ao fim de cada dia, porque no fim das
contas, ele estava cada vez mais só, estava apenas se enganando.
Foi nesse momento que alguém tocou no ombro de
Pedro e se sentou do seu lado.
- Está tudo bem, amigo?
Pedro se manteve sentado e ficou envergonhado
por alguém vê-lo ali. Ele queria estar sozinho e com apenas ele mesmo ou apenas
com sua solidão.
- Desculpe, eu já estou me retirando, licença,
por favor. – respondeu Pedro ao homem que o chamara de amigo.
- Eu ouvi o que você disse ainda agora. – falou
o homem.
- Muito mal educado de sua parte querer ouvir
as preces vazias de um homem em dor. – retrucou Pedro, mudando aos poucos seu
tom de voz, que se tornou agressivo.
O homem apenas olhou para Pedro e respondeu:
- Será que Deus se cansa de perdoar a seus
filhos que o ofendem dia e noite?
Um calafrio percorreu pela espinha. Pedro ficou
atônito e se sentou novamente. Seu coração palpitava. Apesar das palavras terem
sido impactantes para Pedro, ele endureceu seu coração e novamente se levantou
para tentar sair da igreja.
- É por isso que dizem que perdoar é divino.
Porque somos estupidamente ignorantes. – falou Pedro. – Até quantas vezes
devemos perdoar?
- Você sabe a resposta, Pedro.
As memórias dele vieram à tona e se lembrou de
uma parábola na Bíblia que fala sobre o perdão, e como aquele cujo nome era
semelhante ao seu, São Pedro, perguntou a Jesus sobre quantas vezes devia
perdoar. E essas memórias se chocaram com seu ódio novamente. Ele suava frio, e
seu coração tremia de uma maneira inexplicável.
Deveria ele perdoar Ester?
Pedro ficou ali parado, de costas para o homem.
Não sei dizer se ele chorava ou se ele apenas amargurava mais seu coração, mas
o conflito era intenso – tanto que não consigo colocá-lo em palavras.
Perdoar ou não? Certamente existem pessoas que
sofrem amargamente neste mundo. E para todas as pessoas, mesmo para aquelas que
não acreditam em Deus, existe uma certeza de que a ausência do perdão e a vingança
são autodestrutivos, nos corroem de dentro para fora, e muitas vezes tornam as
pessoas em doentes e loucas.
Pedro tinha uma escolha aparentemente difícil
em suas mãos. Perdoar ou não?
E o que você faria?
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