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[Coluna da Cissa] - Escrever

Mais uma vez estou aqui para poder compartilhar com vocês um texto, esse em particular eu escrevi em um momento em que estava totalmente sem inspiração, uma realidade não muito reconfortante para quem gosta de escrever, ou para quem vive disso. Mas com esforço e coragem, as palavras vão saindo aos poucos e no fim você tem um texto, que talvez não seja o melhor da sua vida, mas que você suou tanto para espremê-lo da sua mente que ele acaba se tornando um dos seus textos favoritos.
Escrever não é fácil, mas também não é difícil, é um desafio, uma luta constante contra as palavras e a favor das mesmas, sempre em busca da palavra ideal, da história ideal, do momento ideal.
Escrever é como viver, estamos sempre em busca da derradeira história.
Espero que vocês gostem desse pequeno presente para todos vocês.
Obrigada

direitos http://3.bp.blogspot.com/
De como eu me tornei escritora
por Cecília Nunes

Era domingo de manhã, o dia estava pálido e gélido, mal conseguia me mexer debaixo das cobertas, pois um mínimo de movimento parecia que ia quebrar toda aquela atmosfera de calor que estava ao meu redor, naquela pequena bolha debaixo das cobertas.

Eu não tinha a menor intenção de sair da cama àquela hora, peguei então o livro que estava no criado mudo ao lado da minha cama e comecei a devorar cada uma de suas linhas, como uma criança com fome.

Quanto tempo fazia desde que eu não fazia aquilo, as palavras daquele livro iam ficando gravadas na minha mente, e a imaginação corria por todo aquele lugar, como um estouro de boiada, levantando poeira por todo o caminho. Aquilo era emocionante, aquela sensação, aquela saudade que eu não sabia de onde vinha, todos aqueles sentimentos proporcionado por cada uma daquelas palavras.

Comecei então a me lembrar, da minha infância, o primeiro livro que eu li sozinha quando apenas estava começando aprender a ler, e depois todas as aventuras que vivi. Donzelas em perigo, mistérios, segredos sagrados, relíquias perdidas, heróis, vilões, morte, vida, amor, ódio, intriga, finais felizes e outros nem tanto.

Eu era uma exploradora, de mundos desconhecidos e enigmáticos, eu era uma exploradora das letras, e de repente, já não bastava apenas ler as palavras eu precisava escrevê-las, cada palavra que eu peguei emprestada de alguém eu agora precisava devolver, era assim que a coisa funcionava.

E aquela ânsia por escrever crescia a cada dia, e eu não podia mais parar, escrever havia se tornado parte do meu mundo, eu queria gritar ao mundo cada palavra, presenteá-lo com idéias, sonhos, ilusões. Da mesma maneira como as palavras foram presenteadas a mim, agora era a minha vez de devolvê-las àqueles que me deram, e àqueles que um dia vão me dar, pois como alguém me disse uma vez, todo leitor é um escritor, pois cada palavra é um empréstimo a ser devolvido.

Comentários

  1. Como sempre, um texto delicado e leve. As palavras revelam a alma de escritora.

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  2. Uma ideia linda, a de devolver as palavras que são emprestadas. Muito bom texto também.

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