Bom, cá estou eu, estudando pra uma prova amanhã, e morrendo de saudade do meu Brasil, mas não poderia deixar de compartilhar um novo texto com vocês..
Espero que vocês gostem desse texto, pode até não ser um texto maravilhoso, mas como cada uma das coisas que eu escrevo eu coloquei o meu coração nesse daqui.
Espero que vocês gostem desse texto, pode até não ser um texto maravilhoso, mas como cada uma das coisas que eu escrevo eu coloquei o meu coração nesse daqui.
Cada história que escrevemos é um pedacinho do nosso coração que compartilhamos com o mundo.
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Sexta-feira
por Cecília Nunes
Era sexta-feira e Lia corria
da escola de volta pra casa, afinal o final de semana começava agora, e quanto
mais rápido ela chegasse a sua casa, mais rápido ela poderia se divertir.
Lia tinha apenas 8 anos, mas
era extremamente inteligente, tanto que algumas pessoas perguntavam se ela já
tinha 10 anos, e ela ficava muito orgulhosa com isso. Parecer ter 10 anos
quando se tinha apenas 8 era uma conquista, afinal as crianças de 10 anos são
muito mais inteligentes.
A garota chegou a sua casa,
jogou a mochila no sofá, e foi logo pra cozinha acompanhar cada passo da
preparação do almoço por sua mãe, tentando sempre arrumar uma desculpa para
provar a melhor comida do mundo.
- Lia, se você ficar
beliscando você não vai conseguir almoçar depois – dizia a mãe.
- Claro que não mamãe, eu
vou comer tudinho – dizia a menina saltitante pegando um pedaço de pão para
molhar no caldinho da carne de panela que a mãe preparava. – Hummmmm, que
delícia mamãe, posso provar só mais um pouquinho? – dizia agarrando mais um
pedacinho de pão.
- É a última vez senhorita,
se não você não vai almoçar – fala a mãe pegando o pedaço de pão da mão da
menina e colocando ele dentro da panela, e depois entregando o pedacinho agora
toda molhadinho e com cheirinho de carne.
A comida estava quase pronta
quando o pai e o irmão mais velho de Lia chegaram a casa, o pai deu um beijo na
mãe que de avental fazia os últimos “ajustes” na comida do almoço. E o irmão,
como de costume sentou-se na sala e ligou a TV enquanto esperava o almoço, e
Lia, como sempre, foi em seu encalço.
Como era grande o seu irmão,
ele já tinha 13 anos, era tão independente, até pegava o ônibus sozinho pra ir
pra escola, ela o admirava, mas não falava nada, afinal, algumas coisas nunca
podem ser ditas para os irmãos.
- Oi nanica – disse César, o
irmão de Lia, dando um empurrão na menina que se sentou coladinha nele no sofá.
- Cabeção, não faz isso, ta me
machucando – disse Lia
- Larga de ser fresca –
disse o menino dando outro empurrão na menina
Lia então saiu de perto e foi
sentar-se na mesa da cozinha, ouvindo a conversa dos pais que falavam algum
tema de adulto que ela não entendia e nem queria entender, os adultos eram
muito complicados.
- Lia, coloca a mesa pra
mamãe – disse a mãe notando a menina sentada na mesa.
A menina obediente foi
colocar a mesa, prestando atenção em cada detalhe, para fazer tudo igual sua
mãe lhe havia ensinado.
Finalmente o almoço estava
pronto, a mãe serviu a comida pras crianças, e logo se serviu, sentando-se a
mesa e esperando que o marido colocasse também o seu prato. Os quatro então
comeram juntos, como qualquer outra família daquela região.
Aquele era o momento
preferido de Lia, toda a família reunida, todos ali, na sexta feira, só
esperando o final de semana, ou os dias de liberdade como dizia César, chegar,
nada de lições de casa para se preocupar, nada de trabalhos escolares, e uma
lista de diversões a ser vencida, essa era a melhor parte de cada final de semana.
E com o tempo cada final de
semana foi passando, e cada semana sempre a espera do seu final de semana, e
com cada um deles também foi se perdendo alguma coisa, um dente, cabelos que
ganharam novos cortes, um sapato que não servia mais, uma roupa que se
estragou, um desenho que parou de passar, uma folha de caderno de desenho a
menos a ser preenchida. E com cada um deles ganhou-se também algo, um novo
dente que nasceu, um sapato novinho em folha, uma roupa mais bonita, um desenho
novo que começava a passar, um membro novo na família, um desenho a mais a ser
mostrado para o mundo.
E assim, de final de semana
em final de semana, chegaram os 10 anos, os 13 anos, e depois os 16, e logo os 20, e daí
cada vez mais rápido, e em fim a vida adulta, como a dos seus pais antes dela,
com novas preocupações, e também com novas aventuras, um novo mundo, um novo
fim de semana, mas a menina que saia da escola correndo às sextas-feiras
permaneceu pra sempre naquele coraçãozinho.
Ah esse pão, esse caldinho.... receita de felicidade... Pura simplicidade
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