Começou um novo ano e já nesses primeiros dias precisei lutar contra uma overdose de detestosterona, mas mesmo assim decidi escrever.
Pra quem não sabe, a detestosterona é o hormônio responsável pelo ato de detestar. A sua produção está intimamente ligada ao estimulo do detestogene, tanto por fatores externos como internos.
Dito isso,
Boa leitura!
PS: A propósito, detestei esse texto..
veja.abril.com.br
Fernando Graco
Detesto
despedidas. Detesto recomeços. Detesto a monotonia e o martelar dos ponteiros.
Detesto esquecer as chaves e só perceber quando estou preso. Detesto esperar
por horas, lavar louça e dividir banheiro. Detesto lugar
barulhento, menino birrento e o som da sirene no caminhão de bombeiros.
Detesto tanta
coisa nas pessoas e no mundo inteiro, que seria incapaz de fazer uma lista ou
só um pequeno texto. Não se engane, sou assim mesmo. Geralmente detesto até a
mim mesmo. A razão desconheço, quem sabe um gene oculto ou o produto do meio.
Prefiro pensar no primeiro, o oncogene sorrateiro. Se um dia o encontrarem, já
teremos o nome perfeito.
Detesto admitir, mas não imagino como seria o
mundo se ao menos por um segundo, o detestogene fosse supresso. Acabaria a nossa
capacidade de criar, a paixão por inovar e, nas entrelinhas do tempo, teria fim
a beleza de amar. Eu sei, sou mais um a detestar, mas agradeço todos os dias
pela graça de detestar e a oportunidade detestável de mudar.
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